O gerente executivo de inteligência de mercado da Minerva Foods, Leonardo Alencar, disse, durante o Circuito ExpoCorte, em Cuiabá (MT), que o cenário de longo prazo seguirá muito positivo para investimentos na pecuária brasileira, tendo em vista as perspectivas de limitação na produção de carne bovina por boa parte dos atuais fornecedores mundiais.
Conforme Alencar, serão os países da América do Sul que responderão pelo fornecimento mundial de carne bovina no médio prazo, uma vez que os Estados Unidos enfrentam uma escassez de oferta interna devido à forte queda do rebanho e à restrição de oferta de carne bovina magra, a Austrália entrou em seu terceiro ano consecutivo de seca, o que forçou uma elevação dos abates e um recuo na oferta mundial de carne bovina em cerca de 400 mil toneladas neste ano. "Outros países também terão uma produção menor, caso do México, Canadá, União Europeia, Rússia e China", ressalta.
Alencar destaca que a Rússia tem tentado se tornar auto suficiente na produção de frango e suíno, mas dificilmente conseguirá essa condição na carne bovina, tanto que diminuiu abates no ano passado. Já a China foi, junto com Hong Kong, o segundo maior destino aos principais exportadores mundiais, embora não tenha conseguido manter seu potencial produtivo na carne bovina, que vem recuando gradativamente. Em contrapartida, com exceção da Argentina, cuja produção não sofrerá alterações neste ano, Brasil, Uruguai e Paraguai deverão apresentar crescimento da ordem de 2%.
Para 2024, previsões divulgadas hoje por Alencar indicam que a produção de carne bovina do Brasil poderá alcançar 12,1 milhões de toneladas, com o rebanho atingindo 217,3 milhões de cabeças. "A lotação também deve subir,passando de pouco mais de um animal por hectare para 1,23 animal por hectare, o que contribuirá positivamente ao Brasil como um dos grandes fornecedores mundiais de alimentos", sinaliza.
